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Maria Bethania Sardeiro dos Santos
é goiana, mestre em Educação Brasileira atua na área de Educação Matemática na UFG.  Mora atualmente em Deventer, mas seu sonho é levar o marido holandês- definitivamente - para o Brasil. Gosta muito de música, diferentes tipos de leitura, fazer novos amigos,animais, natureza e coisas típicas de Goiás.

 

E saberei apreciar ainda mais o sol porque soube o que é viver no inverno…

Maria Bethânia S. dos Santos

 

Por mais que nossos amigos ou familiares nos perguntem como é viver no frio, acredito que todas as explicações não são suficientes por um simples e único motivo, explicar não é vivenciar. Gastamos muito latim para “criar” uma imagem ou sensação que pode ficar ainda há anos luz do que queríamos que o outro experimentasse.

É como tentar descrever o gosto de manga verde para quem só comeu quiwi.

Muitas das boas coisas da vida precisam ser experimentadas. E as ruins também. Só crescemos a partir de situações vividas por nós. Ninguém pode viver nossa vida em nosso lugar ou decidir se gostamos ou não de algo em nosso lugar.

E aí a mágica acontece. Há pessoas que vão no mesmo lugar que outras milhares estiveram e amaram -  e elas odeiam. Muitas vezes criamos uma expectativa absurda com relação a um prato chique, um filme que rendeu muito dinheiro para os produtores, um livro aplaudido pela crítica e – quando nos deparamos com estas obras de arte – nada acontece.
Leonardo Boff tem uma frase que gosto e uso com frequência: “todo ponto de vista é a vista de um ponto”. E este ponto está bastante relacionado a onde estão meus pés ou por onde eles andaram. Para entender o ponto de vista do outro é salutar que se procure saber de que“lugar” ele fala.

Há muitos relatos de vida espalhados pelos quatro cantos do mundo; com a tecnologia atual e gratuita então, os blogs são muito populares com relação às experiências contadas; mas, nada – decididamente nada – será tão forte a ponto de substituir a sua experiëncia com o outro, com as coisas, com o mundo, com a divindade, com o amor. É claro que é interessante (e importante!) saber como o outro viu, sentiu. A partilha é rica porque me oferece este olhar do outro. Se julgo que o meu olhar é o mais importante, vou perder nuances porque, certamente, não vi tudo.

Como fazer alguém entender o frio da Holanda? Não sei.

Posso criar situações engraçadas, trágicas, românticas no texto  – bem ao gosto do freguês. Mas, elas ainda não farão a pessoa sentir o nariz gelado e vermelho ou o vento que faz o ouvido doer – se mal protegido. Não darão conta de fazer com que o outro sinta a delícia do calor que sai das lareiras aquecendo até a alma mais solitária deste lugar. Será que se a gente explicar bem, alguém conseguirá sentir a sensação de aconchego que conseguimos estando com uma meia legal dentro de uma pantufa? Como descrever  a dor que sentimos nas mãos ao saírmos sem as luvas? E a maravilha que é segurar a xícara quente do café logo depois de voltarmos da rua? Ou gosto do vinho ou do chocolate…que adoça nosso corações carentes do sol…

Não, não dá pra explicar. Melhor assim, quem sabe nas suas próximas férias seu destino seja a Holanda no inverno?!

 

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