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Clarissa Mattos
- Baiana de Salvador,  administradora de empresas e pós-graduada em Marketing e E-Business, nos  últimos anos tem atuado nas áreas de comunicação e marketing. Hoje mora em De Bilt e, além de música, cinema, literatura e fotografia, adora conhecer  novas pessoas, lugares e culturas.


Noite de choro e samba em Amsterdã

Clarissa Mattos

 

A origem do nome choro é controversa, mas a fonte de tanta admiração dos presentes no Tropentheater na última sexta-feira, 11 de abril era muito clara. Nesta noite, Rogério Bicudo com o seu inseparável violão encheu o Kleine Zaal de música e ritmos brasileiros. Acompanhado por Eric Calmes no contra-baixo e Enrique Firpi na bateria, o compositor, cantor e instrumentista integrava o Rogério Bicudo Emsemble. O trio foi responsável por momentos de beleza e de exaltação à boa música.

Com um repertório que passava por composições próprias e clássicos, como Odeon de Ernesto Nazareth, o trio reuniu a essência do samba e do choro: técnica apurada com a delicada malícia e ginga tão brasileiras. Na primeira parte, Rogério Bicudo promoveu um passeio ao bairro da  Lapa no Rio de janeiro com a sua Lavradio 106 e de carona nos levou aos encontros e desencontros de amor, tão presentes em tantos  sambas.  

Outro destaque foi a Rita de Chico Buarque que, ao invés de deixar mudo, foi enaltecida pelo lirismo e riqueza musical extraídas do violão pelo compositor. Após a pausa, o trio ainda apresentou uma maior diversidade de ritmos, explorando ainda mais possibilidades do gênero. Não faltou nem Upa Neguinho, consagrada na voz de Elis Regina e presente no último álbum de Rogério, Solução.

O choro ao mesmo tempo em que consagra a harmonia e o ritmo, também dá espaço ao talento individual. E assim, a apresentação se dividiu entre o malemolente ritmo da música nacional e da pureza quase erudita de melodias elegantes, contrapondo com solos envolventes. A platéia por sua vez se mostrou envolvida pela virtuose dos músicos, porém tímida. Admirou, contemplou, mas resistiu ao impulso se entregar totalmente. Mas, sem dúvida, esta foi uma noite de celebração da boa música brasileira.

Sobre o artista

Rogério Bicudo cresceu no Rio de Janeiro, pode-se dizer,  com o violão nas mãos. Aos oito anos começou a tocar o instrumento e aos doze já era profissional, tocando principalmente música popular brasileira.

Estudou na Escola de Música Villa-Lobos no Rio de Janeiro e mais tarde, em 1981 continuou os seus estudos de violão clássico com Odair Assad.
No ano seguinte seguiu para Espanha, onde estudou no Real Conservatório de Madrid (1982-1987) com mestres seguidores da escola de Andres Segovia, como Rodrigó e Ballesteros. Participou ainda em diversos cursos de música Barroca e Renascentista.

Em 1987, durante as comemorações do centenário do nascimento de Heitor Villa-Lobos, Rogério Bicudo fez uma turnê por diversas cidades européias. Também nesse ano fixou residência na Holanda, onde fundou o grupo Trio de Janeiro, com o qual gravou o disco "Chorinhos Brasileiros e Fuga". Desde então, tem se apresentado em diversos palcos em todo o mundo, atuando não só como solista mas integrando também diversas formações e grupos de câmara, abrangendo os mais variados gêneros musicais.Como solista, Rogério Bicudo toca também Choros brasileiros e Valsas, além de um reportório clássico.

Fotos:Ron Beenen - ronbeenen.nl

 

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