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Jota Alves fundou o jornal The Brasilians, o Centro de Promoções Brasileiras e criou o Dia do Brasil em Nova York: o maior festival brasileiro no mundo. Formou-se em Moscou. Foi Secretário de Governo em Mato Grosso.

 

O Repórter na História
de Jota Alves


As Forças Desarmadas do Brasil

 

Hipoteticamente, numa guerra com o Uruguai o Brasil ganha ou perde? E com o Chile? Colômbia? E com a Venezuela de Hugo Chaves? Até mesmo com a Bolívia de Evo Morales? Ganhamos sim, pela quantidade de homens. Não pela qualidade bélica.

A revista Veja em a Radiografia dos Militares: “88% dos aviões tem mais de quinze anos de uso e apenas 37% deles podem combater. Dos 21 navios de guerra apenas 10 estão em operação. Só dois dos cinco submarinos está operacional. Todas as nove baterias antiaéreas do país estão fora de combate. Os tanques M11 são do tempo da Guerra da Coréia (1950-1953), inúteis em uma guerra moderna”. Quer mais?!
“Com 290.000 homens, nas Américas perde apenas para os Estados Unidos, com 1,4 milhão de homens. O Brasil perdeu a liderança e passou a ocupar o último pelotão entre os sul-americanos que mais investem nas Forças Armadas”.

Tamanho, não é documento. A história está cheia de exemplos. O mais vergonhoso e devastador a derrota dos americanos no Vietnam. Tive o privilégio de conhecer Ho-Chi-Min, já de barbicha branca. Um sábio militar de 1.57 de altura comandou soldados cuja ração era uma colher de arroz ferventado, baionetas de bambu. Todos os seus homens, pequenos e magros. Venceram gigantes loiros de 1.90/2.00 de altura, super armados, tecnologia bélica avançada: the best of the best. Chuvas de bomba. Guerra química.

Soldado não vive só de fuzis e munições. “As Forças Armadas têm a menor média salarial do funcionalismo público federal, a atual fatia do Orçamento da União destinada às Forças Armadas é quase metade do que era em 1995 (de fato, 2,1% do Orçamento)”. As Forças Armadas estão mal alimentadas, mal pagas, tecnologicamente ultrapassadas.

A seguir, trechos de uma Carta Aberta ao presidente da República, Comandante em Chefe das Forças Armadas: “atendendo ao dramático apelo de companheiros Oficiais da reserva e reformados da Marinha, do Exército e da Aeronáutica...passamos a expor a realidade dos fatos hoje vivenciados pelos integrantes e ex-integrantes das Forças Armadas do Brasil. Ressaltamos que nossa preocupação maior é com aqueles menos assistidos, os Soldados e Graduados, atualmente em grandes dificuldades para a manutenção de suas famílias e mesmo para honrar dívidas menores, em face da irrisória remuneração recebida pelos serviços prestados à Nação”.

“Os militares brasileiros trabalham em regime de dedicação exclusiva, quando necessário, diuturnamente, às vezes em condições adversas, inclusive de moradia, sem direito às leis trabalhistas comuns para ampará-los, sem direito às compensações universalmente conquistadas por quase todas as categorias profissionais. Constata-se que a remuneração das FA está muito defasada em relação a demais áreas do Poder Executivo e de outros tantos setores que obtiveram no Governo reajustes de até 130%, justos e merecidos. A injustiça realmente vem acontecendo com as Forças Armadas, que estão amargando um congelamento virtual de vencimentos por mais de dez anos, sem uma atualização salarial compatível com o esforço e a importância de seu trabalho. È neste sentido, e buscando a compreensão de V. Exa. lembrá-lo do tempo em que lutava pelos direitos dos menos favorecidos, que estamos escrevendo esta carta”.

Verifica-se, também, que a assistência médico-hospitalar e odontológica é mais onerosa para os militares usuários. Ela depende dos chamados Fundos de Saúde do Exército, cujo funcionamento está calcado em desconto mensal do salário de todos os militares (inclusive da reserva), existindo ainda uma indenização de 20% parcelada em folha, para cada procedimento de atendimento ou tratamento. Estas condicionantes tornam ainda o salário menor e mais crítica à manutenção da família de um militar...a situação é realmente crítica e entendemos que alguma providência emergencial deve ser implementada, sob risco de assistirmos o agravamento de verdadeiros dramas sociais, hoje inclusive já vivenciados por expressivo número de militares”.

“Sugerimos ao Governo se disponha a contribuir para os Fundos de Saúde, permitindo que não se cobre a atual indenização, ou ainda, determinando a redução dessa contribuição para 5%...outra situação crítica é a falta de alimentação nos quartéis por contingenciamento de verbas orçamentárias para outros fins, contrariando o apanágio de V.Exa. de três refeições ao dia para todos os brasileiros..Forças Armadas eficientes e bem equipadas são poder dissuasório, são demonstrações vivas das capacidades de uma nação”.

“Seguramente, a baixa remuneração das Forças Armadas tem estiolado esses valores e isso tende a se agravar com a perda da credibilidade da profissão, nos chefes e nas instituições. O serviço militar prepara o individuo para a vida civil... instituição com a maior credibilidade do país nas pesquisas de opinião pública, certos dos serviços prestados à nação... informar a V.Exa. da necessidade premente de justa atualização da remuneração dos militares. Certo do perfeito senso de justiça de V.Exa. e na inteira compreensão quanto à sensibilidade do momento atualmente vivido pela família militar do Brasil, aguardamos uma solução efetiva antes do fim de 2007, para que possamos desfrutar todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.”

O autor da Carta Aberta: Eurides Curvo, TEN.CEL. de Infantaria Reformado do EB, Ex-Comandante da Policia Militar e Secretário de Segurança do Estado de Goiás, Engenheiro Eletricista, Professor Titular Aposentado da Escola de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Federal de Goiás.

Mensagens, críticas e sugestões para o Repórter na História: alves-jota@uol.com.br

 

13/12//2007

 

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