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Denise Parma é piaiuense, atualmente mora em Purmerend e representante da REBRA(Rede Brasileira de Escritoras) na Holanda. Gosta de livros, poesia e pintura. Escreve histórias infantis. Obra Publicada: O Desafio de Aileen, infanto-juvenil, Editora Scortecci, São Paulo,2004. 


Invasão Amarela

Denise Parma



Minha amiga T. costuma tomar o café da manhã, aos domingos, num Café pertinho de seu apartamento. Ao visitá-la, não a privo de sua rotina, e costumo acompanhá-la em seu ritual domingueiro. Na última vez em que lá estivemos, observei ter mudado o pessoal do serviço. Em lugar dos rapazes turcos que costumavam nos atender, atendeu-nos uma jovem chinesa, a quem T. achou muito bonita.

T., que já revirou o mundo de uma ponta a outra várias vezes, comentou sobre a escassez de mulheres bonitas entre as chinesas que chegara a conhecer, e concluiu ser aquela uma exceção à regra.

Não entendo de beleza chinesa, e não fosse o comentário de minha amiga não teria prestado muita atenção àquela jovem, pois estava ocupada com outra coisa: a invasão chinesa na "horeca" (Associação de hotéis, restaurantes e bares) holandesa.

Membros de uma das civilizações mais antigas do mundo, os chineses têm mais de quatro mil anos de experiência acumulada em questão de sobrevivência. Costumamos envolvê-los numa áurea de mistério, produto de nossa falta de conhecimento em relação à cultura deles. Chineses não são misteriosos, chineses são discretos e trabalhadores.

*Os primeiros chegaram à Holanda em 1911. Eram marinheiros, usados pelas companhias marítimas na substituição de marinheiros em greve. Estabeleceram-se principalmente em Amsterdã e Roterdã. No final da Segunda Guerra Mundial havia cerca de 1500 chineses no país. De lá para cá, este número multiplicou, e em 1o de janeiro de 1997 viviam 44.000 pessoas, nascidas, ou de quem um dos genitores era nascido, na China ou em Hong Kong.

Na  Idade Média presentearam os europeus, a quem ultrapassavam em conhecimentos, com o papel, a impressão, a pólvora e a bússola. Agora, com Babi Pangang, Nasi Goreng, Tjap Tjoy en Kroepoek. Quem na Holanda ainda é maluco de cozinhar aos domingos?  

No Zwarte Markt, em Beverwijk, já foi dado início à construção da "Chinatown Holandesa", com previsão de inaugaração para 2007, projetada para tornar-se o maior centro comercial chinês da Europa.

Hofdstadgroep, hoofddoek, burka, taalachterstand, zwarte scholen, moskees, hangjongeren, mislukte integratie, etc... Não há um mês sequer em que um desses assuntos não seja comentado, ou noticiado pelos jornais holandeses em referência aos muçulmanos habitantes da Holanda. Em contrapartida, quase nunca se ouve falar algo negativo sobre os chineses na imprensa pois costumam resolver seus problemas dentro da própria comunidade.

E enquanto todo mundo se preocupa e ocupa com os árabes, os chineses estão tomando conta de tudo, caladinhos.


* Fonte: Webmagazine, CBS (Centraal Bureau voor de Statistiek).

© Denise Parma 2006

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