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Entrevista
Rodolfo Torres - Graduado em comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é jornalista e redator.  Mora em Brasília desde 2005  e trabalha cobrindo política nacional.


 

Holanda quer aprofundar relações políticas com o Brasil

Rodolfo Torres

 

Segundo maior investidor mundial no Brasil, a Holanda quer aprofundar as relações políticas com o nosso país. Quem afirma é o novo Embaixador do Reino dos Países Baixos em Brasília, Kees Rade.

“Gostaria de mencionar em primeiro lugar o setor político, onde já temos conversas regulares, mas gostaríamos de ter ainda mais contato com nossos colegas brasileiros”, afirma o diplomata, que recebeu a equipe do Brasileiros na Holanda em sua sala na Embaixada. 

Para tanto, estão programadas uma série de atividades no Brasil em 2011 para comemorar o centenário da imigração holandesa. “Queremos organizar em todo o Brasil atividades no marco das relações entre o Brasil e a Holanda. O início é  essa ideia de 100 anos da imigração holandesa. Mas isso é somente a primeira frase de um discurso. Porque para nós é mais importante demonstrar as relações entre o Brasil e a Holanda no ano 2011.”

Além do aprofundamento das relações políticas, Rade aponta a visita de empresários holandeses como forma de incrementar as relações bilaterais no campo econômico: “É importante para nós também a presença de mais e mais empresas brasileiras na Holanda”.

Na conversa, ele também aponta a parceria do Ministério dos Transportes com empresas de seu país, num esforço do governo em ampliar a navegação interna em águas brasileiras. Outros temas como o intercâmbio cultural entre os países, meio ambiente, crise econômica na Grécia e até mesmo o inburgering (teste de integração civil) foram abordados pelo Embaixador.

 

Por fim, Kees Rade fala um pouco de si, de suas impressões e expectativas, e confessa que ainda sente um pouco de dificuldade com a língua portuguesa; mas acaba por admitir um de seus prazeres quando se encontra em cidades litorâneas do Brasil. “Correr de manhã na orla, é sempre muito especial para mim. Poder ver as pessoas que caminham, que gostam da vida, é muito especial.”    

 

 

Confira essa entrevista exclusiva, que está dividida em tópicos

Trabalho na Embaixada

O trabalho na Embaixada é muito interessante porque a Holanda e o Brasil têm relações muito intensas em diferentes setores. No setor político, tivemos a visita do nosso ministro de Relações Exteriores, Maxime Verhagen, há algumas semanas. Ele teve uma reunião com o chanceler Celso Amorim, falou também com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e visitou algumas organizações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi muito interessante. Ele teve também uma reunião com a Petrobras, porque temos um grande interesse nessa empresa, que é tão importante.

A Petrobras tem um escritório em Roterdã, que foi inaugurado há cerca de três meses. E para nós é muito importante não apenas exportar... Somos o segundo investidor no Brasil, e estamos atrás apenas dos Estados Unidos. Mas é importante para nós também a presença de mais e mais empresas brasileiras na Holanda.  

Ampliando as relações Holanda-Brasil

Sobre isso, gostaria de mencionar em primeiro lugar o setor político, onde já temos conversas regulares, mas gostaríamos de ter ainda mais contato com nossos colegas brasileiros. Há muitos temas onde a Holanda e o Brasil possuem relações importantes. Por exemplo, estamos juntos nas reuniões do G-20 (grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta), e acabamos de receber um convite do Primeiro-Ministro canadense para a próxima reunião.

Mas não estamos como um membro formal do G-20, mas até hoje sempre participamos de todas as reuniões. E a próxima também vamos participar. O fato de o Brasil e a Holanda participarem desse grupo também cria uma área de interesse comum.

Em outro ponto, também temos um grande interesse no setor dos Direitos Humanos. Interesse em falar mais com o Brasil, que é um membro tão importante no Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra (Suíça), onde o Brasil tem um papel importante como representante dos países em desenvolvimento, e também das chamadas nações emergentes. E, para nós, a defesa dos Direitos Humanos é uma prioridade na política mundial.

Já organizamos com o Brasil e com os Estados Unidos um evento em Nova York, que ocorreu em setembro do ano passado, sobre os direitos das crianças e a violência contra as meninas. E foi um evento ao qual participaram os ministros Celso Amorim, Maxime Verhagen e a secretária de Estado Hillary Clinton. E foram os três que convidaram os demais a participar.

Então, já temos uma cooperação intensa. Mas, para nós, seria interessante ter reuniões ou intercâmbios mais regulares com o Brasil no lado político. No setor econômico temos muitas possibilidades no Brasil, como, por exemplo, a Petrobras que quer investir US$ 175 bilhões nos próximos cinco anos. É um setor onde a indústria holandesa tem muito a oferecer, esse do petróleo, do gás, da infra-estrutura, que a Petrobras precisa.

Nosso ministro dos Transportes, Camiel Eurlings, visitou o Brasil recentemente e foi o cabeça de uma delegação de 60 empresas. Ele teve reuniões com a Petrobras, com a Transpetro... E temos um grande interesse em ver como podemos cooperar mais nesse desenvolvimento do setor de petróleo no Brasil. O porto de Roterdã tem muitos interesses, principalmente no porto de Suape [Pernambuco], e está apoiando esse porto como um plano diretor. Talvez no futuro haja algum interesse em participar no porto, mesmo. E temos o porto de Amsterdã, que está ‘pensando’ junto ao Ministério dos Transportes do Brasil em relação à navegação interna daqui. Não no mar, mas dentro do país, a cabotagem. Então, nesse setor de transportes há muitas possibilidades para cooperar.

Mas, em geral, há muitas empresas holandesas que tem interesse no Brasil. Vemos o número de pedidos por informação, que aumenta... Temos dois cônsules gerais, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Temos duas oficinas de suporte a empresas holandesas; uma em Recife e outra em Porto Alegre. Também temos 11 cônsules honorários em todo o país. Acabamos de ter uma reunião com todos eles, e eles querem fazer mais também. Eles veem possibilidades para uma intensificação das relações econômicas entre a Holanda e o Brasil nas cidades em que eles moram.

No setor cultural, tivemos uma missão há cerca de um ano e meio com 15 especialistas holandeses no setor da cultura, que visitam o Brasil para ver quais são as possibilidades de uma intensificação das relações culturais, nas diferentes partes da cultura como teatro, artes visuais, dança, música, museus; e acho que no futuro próximo vamos ver o resultado dessa missão. Com mais visitas de artistas brasileiros para a Holanda e da Holanda para o Brasil. Então nesse setor cultural é onde podemos fazer mais juntos. E dentro desse setor temos a história, nossa cultura em comum com o Brasil.

Teremos uma conferência entre o Brasil e a Holanda, provavelmente, na segunda metade deste ano sobre cultura e sobre a história em comum dos dois países. Afinal, temos uma história no Brasil.

Em relação à educação, temos aqui há cerca de um ano uma representação das universidades holandesas. É um escritório de três pessoas que tem por responsabilidade buscar e incentivar estudantes brasileiros para estudar na Holanda. Um elemento da oferta que me impressiona é que a Holanda oferece mais cursos acadêmicos em inglês do que Itália, França e Alemanha juntos. Eles não precisam oferecer cursos em inglês porque têm um mercado interno muito grande. Mas para a Holanda a dimensão internacional é tão importante que estamos organizando muitos cursos em inglês.

Então, temos muitos cursos em inglês e achamos que para estudantes brasileiros temos uma oferta muito grande, muito ampla, de cursos em todas as áreas. Mas também oferecemos um país organizado, com boa infra-estrutura, internet excelente, acesso à Europa, tudo isso. Então, achamos que é uma oferta muito interessante. E, também, no preço é razoável.

Num mundo globalizado, é importante abrir as portas. E não temos até hoje muitos estudantes do Brasil. Mas isso se deve também porque o estudante brasileiro que tem passaporte da Europa não é considerado estudante brasileiro e não precisa de uma permissão. Talvez temos cerca de 300 estudantes brasileiros na Holanda que não figuram nas estatísticas.

2011: centenário da imigração holandesa

Também gostaria de mencionar outra coisa. Para nós é um projeto muito importante. Em 2011 teremos festividade das colônias holandesas no Brasil. Em abril de 2011 fará  100 anos da fundação da colônia de Carambeí (PR). Ela foi a primeira colônia de agricultores holandeses que emigraram para o Brasil. Temos cinco ou seis dessas colônias no Brasil. Todas decidiram organizar uma grande festa no próximo ano para comemorar a fundação da primeira colônia holandesa.

Eles falaram com seus deputados, e estes formularam um projeto de lei para declarar 2011 como o ano da imigração holandesa no Brasil. Esse projeto já foi aprovado na comissão e o próximo passo é a votação em plenário. Não sei exatamente quando será votado, mas acho que dentro de algumas semanas. Os senadores das partes do Brasil nas quais se estabeleceram as colônias holandesas também estão apoiando fortemente esse projeto de lei. 

A festa será em Carambeí, mas todas as colônias holandesas vão organizar diferentes festas durante o próximo ano. A Embaixada e os consulados também vão participar. Queremos organizar em todo o Brasil atividades no marco das relações entre o Brasil e a Holanda. O início é essa ideia de 100 anos da imigração holandesa. Mas isso é somente é a primeira frase de um discurso. Porque o que para nós é mais importante é demonstrar as relações entre o Brasil e a Holanda no ano 2011.

Demonstrar para o Brasil o que podemos fazer como Holanda. Então, é agricultura, mas também temos setores hightech. Gosto sempre de mencionar que a cada ano se promove uma competição na Austrália com carros que se movem pela energia solar. E todo ano quem ganha essa competição é um carro desenvolvido pela Universidade de Delft. Eles têm um conhecimento muito elaborado da energia solar. Isso também é Holanda, apesar de não termos muito sol... Ou seja, temos muito a oferecer. Queremos aproveitar essas festas das colônias holandesas para prestar atenção na relação geral entre os dois países.

Empresa holandesa na Copa do Mundo do Brasil

Sobre a visita de empresários holandeses ao Brasil, acabamos de ter uma visita do ministro Eurlings com 60 empresários numa feira sobre transportes em São Paulo. É uma feira muito grande. Depois o ministro visitou o Rio, Recife e Fortaleza. No Nordeste, esperamos desenvolver mais investimentos.

Também temos previsão para uma visita de uma empresa que é muito ativa, a Amsterdã Arena, que é ligada à exploração de estádios para a Copa do Mundo de 2014.  A Amsterdã Arena já tem um contrato para Salvador e estão na última fase em Fortaleza e mais três ou quatro outros estádios. Isso é interessante para essa empresa.

Temos visitas, mais ou menos, a cada dois meses nos portos de Amsterdã e Roterdã para continuar o trabalho com ministérios aqui no setor dos portos e de transporte marítimo interno.

As empresas holandesas têm muitas atividades por aqui, ainda que o mercado brasileiro seja um pouco difícil para trabalhos temporais. Eles vêm aqui para discutir possibilidade de mais atividades. Então, temos empresas individuais, temos essa missão que veio ao Brasil; e, falando do futuro, temos eleições na Holanda em 9 de junho. Isso significa que temos previstas muitas visitas de ministros no próximo ano.

Especialmente em setembro, teremos no Rio uma grande feira do setor de óleo, petróleo e gás [Rio Oil & Gas 2010]. E, infelizmente, o ministro não poderá chegar porque temos essas eleições. Teremos uma nova delegação de empresários, uma delegação muito importante para essa feira.

Meio ambiente

Como você sabe, a Holanda é  um país que tem de cuidar muito bem do meio ambiente porque estamos vulneráveis. Uma parte da Holanda fica abaixo do nível do mar. Então, se o mar sobe, vamos ter problemas. Temos nossos diques, que acho um sistema impressionante, que consiste em retomar terra do mar. Para nós, esse processo de Copenhague [conferência mundial sobre meio ambiente], que vai continuar no México e, depois, na África do Sul; é um processo vital para o nosso futuro. Do mundo inteiro, mas também da Holanda.

De outro lado, o Brasil tem um papel muito importante nessas discussões por várias razões. Vocês têm um balanço energético muito favorável. Acho que são 45% da utilização da energia do Brasil vem de fontes renováveis. O que é muito impressionante. Na Holanda, acho que são apenas 4%. Vocês já  estão perto da metade. Isso é muito positivo.

Há muito o que ganhar para o Brasil. E, mais do que tudo, o presidente Lula já explicitamente disse é que vocês querem reduzir o ritmo de desmatamento da Floresta Amazônica. Vocês têm um papel muito importante.

Como a Holanda tem um vasto conhecimento em florestas, esperamos poder cooperar nessa área já que temos algumas universidades especializadas nesse assunto. Também temos o setor privado e, mais do que todos, a Shell, que acaba de formar por aqui, com uma empresa brasileira, uma empresa no setor do etanol. Eles têm uma empresa comum de US$ 15 bilhões. Então é uma empresa gigantesca que tem muitas operações aqui no Brasil. Então, nosso setor privado também tem um grande interesse nesse setor do desenvolvimento sustentável.

O presidente Lula, quando visitou a Holanda em 2008, firmou um entendimento para intensificar a cooperação no setor das energias renováveis. E temos reuniões regulares de especialistas dos dois países em biocombustíveis. Esperamos poder intensificar nossa cooperação.

Há dois meses, uma ONG holandesa publicou um informe sobre o uso do etanol. A conclusão dessa ONG é que utilizar etanol não reduz necessariamente a emissão de CO2. Isso foi uma conclusão surpreendente para nós. E estamos tentando convidar o Brasil e os autores desse informe para discutir o assunto.

 A crise na Grécia pode diminuir os investimentos holandeses no Brasil?

Acho que não. Os ministros de finanças da Europa tomaram muitas medidas para fazer algo contra essa crise. E o que é interessante é que lemos as notícias de hoje e de ontem e temos essa visão de um caos na Europa, com uma crise econômica... Em parte é verdade. Mas a Grécia é comente uma parte muito pequena da moeda do Euro. Se Portugal, mais especialmente a Espanha, também vão ter problemas; isso é muito sério. Mas, somente a Grécia, é sério, mas não é dramático para a moeda Euro.

É interessante ver que, como uma reação contra essa crise, a Europa decidiu instalar um mecanismo de apoio mútuo para poder tomar medidas se algo semelhante a isso passa em outro país no futuro. É um fundo de mais de 700 bilhões de Euros, potencialmente. E será usado se o país precisar desse tipo de apoio. E isso é novo. Na Europa, cada vez que há  uma crise, você pode ver que os países criam novos instrumentos para combatê-la.   

A curto prazo, cada pessoa diz que a crise é muito grave e que a Europa não é muito unida. Depois de alguns anos, você pode ver que estamos criando novos instrumentos que fortalecem o enfoque europeu. E cada instrumento que se dá à Europa é algo que sai um pouco do âmbito nacional.

Então, todas essas crises levam a um fortalecimento da estrutura europeia. Apenas para reforçar, a cada ano estamos criando mais instrumentos europeus e isso é um efeito positivo dessa crise, que é grave. Especialmente na Grécia.

Então, relacionando essa crise e os investimentos holandeses no Brasil, acho que não vamos ver um impacto sério se essa crise não se agravar ainda mais. Se vai se solucionar agora, se a Grécia vai adotar essas medidas que já foram aprovadas. Li que o Congresso holandês já aprovou a participação da Holanda nessa operação para ajudar a Grécia. Então, na Holanda, não  é muito controvertido. É mais controvertido na Alemanha, por exemplo. Na Holanda estamos conscientes de que temos de apoiar um outro país europeu.

Acho que até hoje o impacto da crise na Grécia sobre o Euro e sobre a economia holandesa é tão pequeno que não vejo influência sobre as atividades das empresas holandesas no Brasil.  

Teste de integração (Inburgering)

A Holanda mudou um pouco esse teste de maneira que a porcentagem que deve ser atingida é maior, mais difícil. Essa mudança foi decidida porque um número elevado de canditados conseguiu passar. A política definiu que temos de mudar um pouco as exigências. Para ser honesto, acho que a intenção é de limitar o número de pessoas que passam. E também porque a política holandesa acha que se você quer morar em um país, você precisa se integrar na cultura local, precisa saber as características principais de um país. E essa foi a razão de começar com esse teste.       

Vida pessoal e impressões do Brasil

Nasci em Amsterdã, a principal cidade da Holanda. Sou embaixador dos Países Baixos e trabalho para todos os cidadãos da Holanda, mas tenho um vínculo especial com Amsterdã porque nasci e estudei Direito lá. Especializei-me na área internacional, notadamente em relações internacionais e econômicas, Nações Unidas, União Européia, etc. Morei por muito tempo em Bruxelas, quando jovem.

Meus estudos primários e secundários foram todos em Bruxelas, em francês, porque meu pai trabalhava lá. Depois decidi voltar à Holanda por conta dos meus estudos universitários. Após concluí-los, comecei a trabalhar no Ministério de Relações Exteriores com algumas funções dentro do órgão na cidade de Haia.

Tive outras funções, como na representação permanente da Holanda nas Nações Unidas, em Nova York; na Embaixada da Holanda no Quênia, em Nairóbi; e fui Embaixador dos Países Baixos na Nicarágua. Então, há oito meses meu espanhol estava muito bom. Mas agora vejo que é muito difícil manter o espanhol e aprender o português. É muito difícil para eu falar as duas línguas ao mesmo tempo... O francês não foi empatado pelo português, mas o espanhol e o português são muito próximos.

Cheguei ao Brasil no dia 1º de agosto de 2009, e foi uma aventura muito especial. Moro aqui com a minha esposa, Keatharina, e tenho um filho, Luca, que tem 14 anos. Todos nós gostamos muito do Brasil. O clima é excelente, as pessoas são muito amáveis. Já viajamos ao Sul do Brasil, de férias. Fomos de carro à Santa Catarina, às cidades gaúchas de Gramado e Canela, e à Foz do Iguaçu (PR). Foi uma viagem muito agradável. Viajei a trabalho para muitas cidades, especialmente do Nordeste por razões históricas e de relações comerciais, investimento principalmente. Fui à Belém, São Paulo, Rio de Janeiro. E cada visita é um prazer.

Estar em Recife, Fortaleza ou Salvador; e correr de manhã na orla, é sempre muito especial para mim. Poder ver as pessoas que caminham, que gostam da vida, é muito especial!  

 

03/06/2010

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