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A antropologia no meio ambiente

Por Margô Dalla

 

O bate papo informal foi na casa de Márcia Curvo em Bilthoven.  Lá, esse jovem inquieto e aventureiro falou de seus planos futuros e contou um pouquinho de sua vida na Holanda. Há sete anos nos Países Baixos, nunca abandonou o objetivo principal que é o de estudar e se formar. Agora, mestrando, lembrou que "já fez de tudo aqui". Foi professor de português, de inglês, garçom, fez teatro, trabalhou com flores, guia turístico, casou, descasou – enfim, viveu e aprendeu muitas coisas com este belo país.

Depois de fazer um ano de Relações Internacionais, o mineiro Raimer Rodrigues Rezende (29), resolveu trancar a faculdade e viajar pela Europa. Quando voltou, estava determinado a estudar Ciências Sociais, mas o desejo de voltar ao Velho Continente foi maior e então, há sete anos, ele escolheu a Holanda para fixar residência. Aprendeu a língua, estudou Antropologia – bacharelado - na Universidade de Amsterdã – UVA, e agora faz um mestrado de dois anos em políticas ambientais "Sustainable Development: Environmental Policy and Management" na Universidade de Utrecht.

Paralelo ao curso de antropologia, Raimer fez o "Minor" (um estudo extra curricular  que equivale a um semestre ou um ano de determinado curso - dependendo da Universidade - uma base importante de estudos) em International Development Studies .  No Minor, estudou a questão social-econômica do desenvolvimento, como pobreza e o combate a ela, sistemas internacionais e as desigualdades ocasionadas por eles, entre outros temas.

Quando estes estudos acabaram, participou de um programa em Washington – EUA, através de uma organização de direitos humanos – "Humanity in Action" onde ficou 6 meses estagiando na Sub-Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Americano sempre com o foco no Brasil e suas diversidades.

"Embora eu tenha ficado todos estes anos fora, meu estudos sempre estiveram direcionados ao Brasil. Minha monografia do bacharelado foi sobre a Amazônia -, Discursos sobre Desenvolvimento e um Estudo de Casos da Amazônia Brasileira. Durante o curso, através de um programa da Universidade de Amsterdã, fui para Rondônia por três meses. Nossa base era Porto Velho, mas o campo de trabalho, uma pequena Vila chamada Nazaré – 10 a 12 horas de barco, subindo o rio Madeira. Depois desta experiência, escrevi meu trabalho de graduação baseado nas teorias existentes sobre o local".

De acordo com Raimer, é importante ver os contrastes que existem "in loco" e é preciso também, conhecer as idéias que existem aqui para cruzar com as experiências adquiridas no local de estudo.

"Eu escrevi sobre o "discurso" das pessoas e as idéias que elas têm. Sobre essa idéia que temos que o meio urbano é mais desenvolvido que o meio rural. Se tomarmos por base uma vila da Amazônia onde existe uma cultura "nata"-,  se fizermos um paralelo, facilmente chegaremos à conclusão que eles não são "urbanizados"-, mas que são desenvolvidos dentro do meio a qual pertencem".

Raimer também fez ensaios sobre Candomblé, política brasileira – movimentos sociais brasileiros, sexualidade, bacia do Rio da Prata, BR 163 – Cuiabá/Santarém – que vão começar a asfaltar.

"Meus temas são sempre relacionados ao nosso país, quero voltar e trabalhar lá, afirmou Raimer. Estou me preparando para isto".

O mestrado em Desenvolvimento Sustentável foi iniciado em setembro do ano passado (2007), na Universidade de Utrech.  Nele, o aluno escolhe as direções que quer seguir. A que Raimer escolheu, refere-se ao "Políticas Ambientais".

"Ainda estou estudando as possibilidades, mas provavelmente me definirei sobre a participação pública em políticas ambientais e o manejo de recursos naturais. Qual a política praticada e qual a política adequada".

Em agosto, irá para o Brasil com um programa ICCO que é uma ONG de cooperação para o desenvolvimento (Development Organization), é
uma das maiores da Holanda e apóia muitos projetos no Brasil.

"O ICCO lançou uma campanha sobre mudanças climáticas, com o nome de FairClimate (clima justo). Não adianta tentar resolver o problema aqui, por exemplo reduzindo a emissão de gás carbônico. Temos que pensar nas consequências dos nossos atos aqui para comunidades em países como o Brasil. Em primeiro lugar, temos que pensar no nosso padrão de consumo na Holanda e nos danos que são causados no país onde acontece a produção. Além disso, a campanha defende um ponto pressuposto ético, de que os recursos naturais do planeta devem ser divididos de maneira igual. Países como a Holanda usam muito mais do que os caberiam, por exemplo em relação à emissão de gás carbônico, e devem compensar por isso.'

"Uma outra questão é a dos biocombustíveis. Não adianta reduzir a emissão de gás carbônico na Europa exportando o problema para outros países. Tem que se pensar nos problemas ambientais e sociais que podem ser causados."

Baseada nestes princípios, A União Européia (UE) está elaborando uma lei que exigirá que os exportadores de biocombustíveis de todo o mundo certifiquem que seus produtos são sustentáveis em termos ambientais. Sem a certificação, a idéia é de que o combustível não seja autorizado a entrar no mercado europeu. A meta da EU, é de que 10% de sua frota de carros até 2020 esteja consumindo etanol – planos para a redução de emissões de gás; no entanto, está preocupada em que esta "meta" não demande desmatamentos ou problemas ambientais. Com isso, a EU pretende usar a mesma política que aplica para a questão de importação de madeiras. É preciso provar que a exploração está sendo sustentável e que o meio ambiente está sendo de alguma forma preservada. Os exportadores precisam provar que a exploração está sendo sustentável e que o meio ambiente será preservado.

- 22/06/2008

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