Durante o mestrado
em Conse r vação
Ambiental, numa uni-
versidade londrina,
Milou Groenenberg
soube que um Professor iria selecionar
alunos para um estágio no INPA (Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia).
Ela foi escolhida e pisou pela pri-
meira vez em solo brasileiro em
abril de 2012. A pesquisadora
dormiu por três meses em uma
rede coberta por uma tenda,
situada dentro de uma reserva
ecológica, na qual a entrada
de visitantes é restrita. “Ficar
isolada no meio da natureza foi
a melhor parte da minha expe-
riência. Dormi mal, o banho era
só no rio, apesar de termos uma
fossa sanitária, não havia eletri-
cidade e muito menos Internet. Apesar de
tudo, nunca havia me sentido tão feliz por
ver tanta coisa linda”, relembra.
Entretanto, a impressão sobre Manaus foi de
uma cidade grande e com um estilo de vida
bem americano com muitos carros, prédios
altos e poluição, pessoas jogavam lixos na
ruas e até mesmo perto de rios e cachoei-
ras. “Fiquei em estado de choque ao chegar
emManaus e ver o abismo social que separa
pobres e ricos. Já vivi em muitos países lati-
no-americanos, mas nenhum tem tanta dife-
rença social como o Brasil. Apesar de já ter
ouvido falar que era assim, ver um palácio
ao lado de uma favela com os meus olhos
foi muito mais forte do que eu imaginava”.
Por outro lado, ela também leva impressões
positivas, como por exemplo: a feira de rua
onde havia diversos tipos de comida que ela
nunca havia nem ouvido falar, lindas praias
e rios, o colorido da arte de rua (grafti) que
relacionava ícones das tradições e lendas
amazonenses.
“Quando aprendemos a ver a beleza do que
está ao nosso redor, fcamos surpreendidos”.
A aparência física do povo amazonense foi
outra surpresa, a única imagemque ela havia
recebido pela mídia internacional era a dos
brasileiros que desfilam pelas escolas de
samba no carnaval. “Não esperava um povo
tão indígena ou parecido com o de outros
países da América Central”.
por Beatriz Bringsken
Pesquisadora holandesa relata
a experiência de viver na
Amazônia
Em entrevista para o site BnH, Milou
Groenenberg expõem a sua visão sobre
a região norte do Brasil
E N T R E V I S TA