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Há sete anos, durante uma viagem ao Rio de Janeiro junto com
o esposo, Shieglee comprou um chinelo decorado numa feira de
rua que a fez recordar do seu passado e do sonho de ter o seu
próprio design de sapato. “O meu marido levou aquela simples
conversa à sério e assim surgiu a Uzurii. Ele me mandou para a
China preparar cinco modelos, foi tudo muito rápido, a dor de
cabeça veio depois para achar as fábricas. A idéia tomou forma
há cinco anos, mas foi em 2011 que a produção decolou. Além
dos chinelos, bolsas e cintos, eu também desenho e costuro
os vestidos que aparecem nos catálogos”. Em pouco tempo, a
marca Uzurii alcançou as vitrinas de centenas de lojas de luxo
em 26 países, o Japão é líder com mais de 100 lojas, ultrapassou
a Holanda que tem 80 lojas com o produto. No início deste
ano, a empresa foi convidada para promover seus produtos na
festa de premiação do Oscar. “Quando recebemos o email dos
coordenadores do Oscar ninguém acreditou que eles queriam o
nosso produto para os “goodiebags”, mesmo assim fz questão de
responder e enviamos 16 pares de chinelos para os nomeados ao
prêmio e para a imprensa. Acredito que fomos selecionados pois
já havíamos colaborado com o Grammy”.
Os diversos modelos de chinelos são confeccionados em sete
diferentes fábricas.Odiferencial doprodutode luxoéqueaspedras
semi-preciosas são costuradas pelas mãos de 100 funcionárias na
China que trabalham em suas próprias casas, produzindo de 6 a
8 chinelos por dia. Algumas partes do chinelo chegam por avião
e outras por navio, a montagem é feita na Holanda. A empresária,
que no início costurou à mão os seus modelos, relata que passou
por momentos difíceis e quis desistir. “Tive algumas experiências
negativas com as intermediárias chinesas, que são necessárias
para a exportação lá, elas me enganaram e roubaram o meu
dinheiro. Também fui enganada ao comprar pedras de qualidade,
mas receber outras com qualidade inferior.
Responsabilidade Social
Shieglee explica que o lado flantrópico hoje anda lado a lado
como empresarial, mas o sonho de poder contribuir comdoações
veio bem antes dela tornar-se empresária. “Mesmo sendo apenas
uma estudante de Moda, eu já fazia doações para as crianças na
África, era uma época difícil pois já tinha um flho. Desde o início
eu já tinha em mente que a minha produção teria que de alguma
forma ajudar pessoas carentes”.
Assim que a marca começou a dar lucro, Shieglee iniciou projetos
socias para crianças no Brasil, porém a falta de estrutura para
administrar as doações a levaram a tomar um outro caminho.
“Já estávamos colaborando com a campanha do câncer de
Mama (Breast Cancer - Pink Ribbon), mas estava indignada com
a difculdade em conseguir realizar projetos sociais. Tentei por
conta própria ajudar o Brasil, mas não deu certo. A parceria com
a UNICEF veio depois de seis meses buscando insistentemente
uma aproximação, o esforço foi recompensado e hoje a marca é
parceira em projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Conseguimos no ano passado o apoio da UNICEF para participar
de dois projetos: ‘Jongeren de leiders van morgen’ e ‘Copa a
Copa’ - que envolve jogos virtuais”. Apesar de ter uma coleção
de chinelos com o tema da Copa em 4 países (Brasil, Holanda,
Bélgica e Alemanha), Shieglee explica como é difícil enfrentar o
protecionismo brasileiro. “Entrar com importados no Brasil não
é lucrativo, pois o imposto é altíssimo. Porém, a Unicef ofereceu
aos jogadores de futebol holandeses os chinelos Uzurii, então
meus produtos vão entrar no país que eu nasci pegando carona
na Copa”.
“A minha história de vida é o que deixarei para os meus flhos,
mas nunca imaginei que o meu passado estaria tão presente e
relevante no meu futuro. Eu só queria fazer um produto bonito,
mas para trabalhar coma UNICEF eu tive que contar sobre aminha
infância, que é de onde veio a minha criatividade e motivação”.