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Susana Alves-Jas
nasceu no Rio Grande do Sul, na região da Serra, Licenciada em História e Pós-Graduada em História da América Latina pela Universidade de Caxias do Sul. Gosta de música, passear, fotografia, de estar com a família, AMA animais e conhecer novas culturas.
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MEU ÚLTIMO DIA DE AULA

Susana Jas

 

Todos gostamos de manifestar a lembrança do primeiro dia em que fizemos, vimos ou dissemos alguma coisa.  Poucas vezes nos damos conta de que o último dia também pode ser crucial, marcante e deixar rastros indeléveis em nossas vidas.

Quem de nós já não olhou , cheio de nostalgia para uma foto que registra, implacável, um momento de despedida, uma festa, um grupo de escola, um casamento já desfeito, um ente querido que já se foi, e não se lembra dos últimos momentos juntos, da alegria partilhada, das gargalhadas e até dos momentos duros e difícieis superados também juntos ?

Até os que não têm boas lembranças, podem lembrar de um último dia como um alívio...

Ontem, foi meu último dia de aula no curso de holandês.  Terminei antes da turma (um mês antes) e parei por um bom motivo, podem crer.
Mas, a questão que me fez refletir nesse último dia, foi a partir de um ramalhete de flores que recebi da professora e dos colegas na despedida.

Antes de entregá-lo, a professora fez uma comparação que, para mim, ficará registrada para sempre. Disse ela: “ Aqui esta’ um ramalhete de flores.  Flores diversas, de diversas cores. Cada uma com suas características peculiares.  Porém, aqui neste ramalhete, elas formam um conjunto maravilhoso, “convivem” harmoniosamente e fazem com que esqueçamos que são flores diferentes. Se uma flor faltar, o ramalhete não será mais o mesmo.” (...)

Ela comparou o ramalhete de flores com nossa turma.  Éramos 12 alunos, todos de nacionalidades diferentes, credos diferentes, passados diferentes, culturas diversas; porém, ali, no grupo, havia harmonia, beleza, convivíamos pacificamente, trocávamos experiências e, fazíamos também esquecer que vínhamos de quadrantes diferentes deste mundo e que sentávamos ali naqueles bancos com um mesmo objetivo. Nunca esteve tão palpável para mim, a sensação de gratidão pelo privilégio de estar aqui e poder viver essa diversidade cultural e aprender tanto.E eu continuava ali, supresa, olhando para aquele momento como se não me pertencesse.

Primeiro, não esperava receber flores. Imaginei uma despedida com cartões e troca de endereços apenas.  Segundo, porque pude ver uma holandesa , nossa mestra, desnudando seus sentimentos .  Quem vive aqui sabe que isso não é rotineiro.
Saí dali me perguntando se teria sido mesmo meu último dia de aula ou apenas deveria dizer: o primeiro dia de uma nova etapa ... será mesmo que teria terminado ?

No calendário da burocracia, meu curso terminou, mas, sob o olhar da vida, esse período foi apenas de semeadura, portanto, daqui por diante as coisas começarão a brotar.

Será então, como já li algum dia: este é apenas o primeiro dia do resto de nossas vidas

 

 

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