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Susana Alves-Jas
nasceu no Rio Grande do Sul, na região da Serra, Licenciada em História e Pós-Graduada em História da América Latina pela Universidade de Caxias do Sul. Gosta de música, passear, fotografia, de estar com a família, AMA animais e conhecer novas culturas.
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ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM...

Susana Jas

 

Na história de Chapeuzinho Vermelho, o lobo se escondia no bosque...
Na Holanda também.

Essas coisas de ser assaltada/roubada, parecem só acontecer com os outros. E, muito mais, parecem ser  exclusividade de países subdesenvolvidos (para não ir direto ao assunto e dizer Brasil).
Ledo engano se alguém ainda pensa assim. Acontece por aqui também.  Sim, aqui, num país de economia estável e um povo razoavelmente politizado e consciente. Ladrões e prostitutas existem desde que a Humanidade existe. É uma questão de índole, caráter, formação, apenas.

Esta semana, fomos ao nosso regular passeio pelo bosque, momento em que deixamos nossa cadelinha Mika correr. Fomos depois do jantar, em pleno dia do jogo Holanda/Itália.  Nem é preciso dizer que estava tudo deserto, ainda mais com a Holanda vencendo o jogo. Mesmo assim seguimos para o passeio semanal.  Os dias estão bem longos nesse período e o sol ainda estava se pondo. Estacionamos o carro no lugar de costume e fomos para uma curta caminhada.  Logo depois de nós, chega uma Sprinter em marcha lentíssima e estaciona meio atravessada.  O motorista desce e anda sempre de cabeça baixa, começa a limpar os sapatos. Reclamei com meu marido que achei esquisita aquela atitude.  O pessoal que se encontra aqui na floresta, costuma se cumprimentar e olhar nos olhos.

Meu marido disse que não havia nada de mais. OK. Vamos acreditar.
Quando, dentro de alguns metros, sumimos da vista do "bom moço" , só ouvimos um bater da porta do carro e uma arrancada de quem está com muita pressa. Comentei novamente com meu marido que achei muito suspeito. Quinze minutos depois, retornando ao nosso carro, avistei cacos de vidro e conclui o óbvio:  fomos roubados. E não ouvimos porque nosso carro não tem alarme.  A gente sempre acha que não vai precisar. Minha bolsa estava (como sempre) escondida debaixo do assento do motorista.  Pois, foi a única coisa que o larápio levou.
Não carrego dinheiro comigo, mas, meus cartões e documentos se foram.

A rotina que se seguiu foi a que todo mundo já imagina:  bloquear cartões, registrar na polícia, refazer documentos, trocar fechadura da casa, repor o vidro quebrado...  Enfim, mesmo para quem não levou meu dinheiro, deixou-me num tremendo prejuízo. Dois dias depois, um senhor nos telefona e disse ter encontrado minha bolsa num vilarejo aqui perto.  Tudo estava lá, exceto os cartões de Banco e meu baton (???). 
Este mesmo cavalheiro disse que tem dado uma onde de poloneses assaltando carros para roubar air-bags e rádios.

O que me surpreendeu nessa experiência toda, foi o que ouvi da polícia:

  • "você deve voltar amanhã pela manhã.  Precisamos dos números de seus documentos para fazer o registro." (Como assim ?  Meus documentos foram roubados.  Quer que eu entre em contato com o ladrão ? Convenhamos, quando a Polícia quer, nos acha no "sistema" em um minuto só digitando o nome !)
  • "você não viu o homem em ação, portanto permanece somente um suspeito". (Ahammm)
  • "aqui não colhemos impressões digitais de ninguém" (Que atraso !)
  • "você tem de ir para os passeios carregando somente seu telefone." (Como assim, seu guarda ? Não é lei nacional carregar meus documentos de identidade, pelo menos ?)
  • depois de pedirem a descrição geral do homem que vi, vem a pergunta:   "como era o nariz dele ?" (Caindo o dia, numa razoável distância, o camarada com a cabeça baixa, e o policial queria saber como era o nariz do suspeito. Que diferença iria fazer ?  Eles não íam à sua caça mesmo assim... Eu deveria ter dito que era a cara do Brad Pitt, por isso deixei que me roubasse. Ui !!!)

Os valores estão mesmo invertidos.  Tenho de sair sem a minha bolsa porque os bandidos estão à solta ?  Ou seja, só faltou dizer que eu é que estava errada por ter minha bolsa escondida debaixo do assento. Um desocupado, viciado, marginalizado, ou seja lá o que for, invade nossa vida correta e eu é que tenho que mudar meus hábitos para lhe dar espaço ?

Não faz mais diferença... Tiros na cidade ou pauladas no campo. Azar de quem estiver pela frente. Assim caminha a humanidade. Permanecer vivo ainda vai virar uma questão de sorte . E, vamos passear na floresta ... somente enquanto seu lobo não vem !

 

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