Artes Plásticas
Frans Hals, Adrian van Ostade,
Rembrandt, Vermeer, Meindert Hobbema, Gérdard Dou, são
apenas alguns nomes que ilustram o hall da fama na categoria:
pintura holandesa. Os artistas holandeses não podiam
contar com encomendas públicas em grande escala, patrocinadas
pelo Estado e pela Igreja, que eram comuns em todo o mundo
católico. O colecionador particular tornou-se, portanto
a principal fonte de sustento para os pintores.
O país inteiro foi tomado
por uma mania de colecionar. Todos estavam investindo em pinturas.
Muitos pintores estavam produzindo, portanto para o mercado,
os preços de suas obras se baseavam na lei da oferta
e da procura. Esta mania de colecionar
deu origem a uma variedade de talentosos pintores com diversos
estilos. Abaixo veremos alguns mestres e estilos holandeses:
Frans Hals (1581–1666)
Frans Hals nasceu entre 1581 e
1585, em Antuérpia, Flandres.Incluído
na escola holandesa do barroco, Frans Hals, dono de um estilo
naturalista e de uma técnica precursora do impressionismo,
foi o verdadeiro criador do retrato coletivo em pintura. Seu
estilo barroco teve um mistura do grande pintor italiano Caravaggio.
Poucos anos depois de seu nascimento
sua família mudou-se para a cidade holandesa de Haarlem,
onde provavelmente trabalhou como aprendiz do pintor maneirista
Carel van Mander. Por volta de 1610, começou a retratar
a sociedade burguesa da Holanda a partir de uma estética
realista, rica em cores.

O Alegre Bebedor. 1627. Óleo
sobre tela, 0,83 m x 0,68 m. Amsterdam, Rijksmuseum
Em 1616, fez o primeiro quadro coletivo, “Banquete
dos oficiais da milícia cívica de são
Jorge, em Haarlem”, e logo conquistou renome. Pintou
depois diversos outros grupos, como a companhia do capitão
Reyner Reael, conhecido por “A alegre companhia”,
e um novo “Banquete dos oficiais da milícia cívica
de São Jorge”, em Haarlem. Paralelamente, Hals
pintou retratos de personagens populares, com grande naturalismo,
como “O alegre bebedor”. Nesta obra, Hals intensifica
o seu estilo: o modo rápido de registrar as formas,
com pinceladas ligeiras. Com esta técnica, a pintura
quando terminada acaba por ter a forma de um esboço. Os
seguidores de Hals foram poucos, pois não foi possível
imitá-lo de imediato.
Frans Hals faleceu em 10 de setembro
de 1666, em Haarlem.
Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606–1669)
Nascido em 15 de julho de 1606, em Leiden. Pintor,
desenhista e gravador, Rembrandt foi um mestre do claro-escuro,
técnica em que os efeitos de luz criam a forma e o espaço
e, à eles a cor se subordina. Seus desenhos, notáveis
pela soltura dos traços, são um registro da Amsterdam
de sua época.
Suas pinturas são caracterizadas por
cores ricas. Rembrandt Van Rijn é classificado como
o maior de todos os pintores. Não foi apenas um pintor
tecnicamente brilhante como também mostrou um novo tipo
de percepção: ninguém antes de Rembrandt
fez as coisas comuns da humanidade parecerem tão profundamente
sérias e interessantes.

A Ronda Noturna- 1642. Rijksmuseum,
Amsterdam
O ponto mais alto de seu trabalho como retratista é o
grupo conhecido como “A ronda noturna” representação
rica em efeitos cênicos do desfile de uma companhia de
atiradores.
Sua fase mais produtiva como gravador iniciou-se
por volta de 1636 e estendeu-se por 20 anos. Muitas de suas
gravuras representam também cenas bíblicas, entre
as quais é especialmente conhecido o “Cristo curando
doentes” (1645). O ambiente das gravuras religiosas de
Rembrandt é sempre de pobreza.
Rembrandt morreu em Amsterdam, em 4 de
outubro de 1669.
Jan Vermeer (1632–1675)
Jan Vermeer nasceu em Delft, Países Baixos,
em 31 de outubro de 1632. Entre 1652-1654 estudou pintura com
Karel Fabritius, aluno de Rembrandt. Suas composições
eram despojadas e de extrema serenidade. Sua obra ficou esquecida
até o século XIX, mas hoje Vermeer é reconhecido
como um dos maiores pintores da grande época da pintura
holandesa.

Uma Mulher pesando Pérolas-1665
- (National Gallery of Art, Washington DC)
De suas 35 telas conhecidas, só duas
são assinadas: “A alcoviteira” (1656) e “O
astrônomo” (1668). A ausência de assinaturas
dificulta a apreciação cronológica da
obra de Vermeer. Os temas que aborda são os de seus
contemporâneos Pieter de Hooch, Terborch e Metsu: interiores
com uma ou duas figuras - figuras de mulheres ocupam cenas
simples do cotidiano - e paisagens urbanas. Nos jogos de luz
e sombra vê-se certa influência italiana. A composição é geométrica,
com seus elementos simetricamente equilibrados. Vermeer retratou
cenas da vida burguesa, repletas de símbolos e intenções
morais.
Foi enterrado em Delft em 15 de dezembro de 1675.
Guerrit (Gérard) Dou (1613–1675)
Gérard teve o aprendizado inicial com
seu próprio pai, pintor de vitrais e tornou-se também,
discípulo de outro artista local. Aos
15 anos, foi recebido como discípulo do próprio
Rembrandt, em cujo estúdio treinou por alguns anos.
Quando Rembrandt mudou-se de Leiden, em 1631, Dou prosseguiu
sua atividade sozinho, pintando em madeira e em pequena escala,
aproximando sua técnica à dos fijnschilders,
um grupo de artistas de Leiden que pintava quadros pequenos,
mas de ótima qualidade.

Príncipe Ruppert e seu tutor -1631.
Ó leo sobre tela - 100 x 85 cm
Criando afinal seu próprio estilo, mas com influência de seus
mestres, em especial de Rembrand,Guerrit Dou tornou-se um dos artistas mais
conhecidos e melhor remunerados da Holanda, requisitado por outras partes da
Europa. O rei Charles 2º da Inglaterra chegou a oferecer-lhe o cargo de
pintor oficial da corte britânica, honra que ele recusou. Apesar de sua
reputação internacional, Dou raríssimas vezes saiu de
Leiden, onde manteve residência permanente até sua morte.
Jacob van Ruysdael (1628–1682)
Jacob van Ruysdael é considerado um dos
maiores mestres da pintura paisagista holandesa. Ele nasceu
em Haalem por volta de 1628, sendo filho de um pintor, e sobrinho
de outro, o célebre artista Salomon van Ruysdael (1600-1670). É provável,
pois, que os primeiros ensinamentos da arte vieram da própria
família. Em 1648, tornou-se membro
da guilda de pintores de Haarlem. Suas primeiras pinturas mostram
a influência de outro paisagista de sua cidade natal,
Hendrick Cornelis Vroom.
A partir de 1650 e nos dois anos que se seguiram, Ruysdael viajou bastante
pela Holanda e pela parte ocidental da Alemanha, estudando as paisagens dessas
regiões. Por volta de 1665, instalou-se em definitivo
em Amsterdam, levando a pintura alternadamente com sua profissão de
cirurgião.

O Cemitério ,1655.
Tela, 1,42 m x 1,83m. Instituto de
Arte de Detroit.
Com freqüência, Ruysdael pintou planícies,
características da paisagem holandesa, revelando um
caráter melancólico a aldeias distantes, com
seus moinhos de água e canais que se sobressaem entre
as árvores e os céus nublados.
As representações das massas escuras
de folhagem fazem com que o verde escuro apareça como
predominante em muitas de suas telas. Ruysdael, com efeito,
preocupava-se apenas com as paisagens e as figuras que aparecem
em seus quadros foram, quase sempre, incluídas por outros
artistas. O pintor não teve grande
reconhecimento artístico em vida, mas influiu posteriormente
nos paisagistas europeus, fora de sua terra.
A idade de ouro da pintura holandesa foi marcada
por mestres que embora, seduzidos pela vontade de se tornarem
pintores de sucesso, provavelmente nunca viram suas esperanças
concretizadas.
Fonte: Café Noção