Page 21 - dez2012

This is a SEO version of dez2012. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »
*Marisa I. Rosa é de Londrina – PR
e vive em Amsterdam desde 2005.
Tem pós-graduação em Bioquímica
pela UEL e passou a maior parte da
vida ensinando bioquímica, química
e biologia. Tem profundo interesse
na bioquímica do metabolismo e da
saúde. Quando mudou-se para a Ho-
landa teve que ir trabalhar em outro
setor (logística) mas não se desliga
nem um dia sequer das complexas
reações químicas que dirigem nos-
sas vidas e das quais depende o bom
funcionamento do nosso corpo e
mente. Está sempre pronta para falar
sobre o assunto, seja onde for e com
quem quer que seja.
a entrada da glicose. Lá dentro a glicose
tem a chance de ser queimada.
Algumas condições fazem com que os re-
ceptores da membrana não reconheçam a
insulina e ela não consegue jogar a glico-
se para dentro da célula. Como resposta,
o pâncreas produz mais e mais insulina, já
que em níveis mais elevados ela consegue
executar sua função. Como você vê, não
é preciso cometer excessos para armaze-
nar gordura. Basta que as células estejam
criando uma resitência à insulina.
Os sintomas da resistência à insulina são
fáceis de serem identifcados: extrema fa-
cilidade de produção e armazenamento
de gordura, aumento de peso, depósitos
de gordura nos antebraços, na “papada” e
nos famosos “pneus”, cansaço, sensação
de fraqueza, desejo de comer carboidratos
e, para piorar, uma fome incontrolável, que
não passa.
Mas quais são as causas do aparecimento
da resistência à insulina? São muitas.
Dentre elas podemos citar:
Consumo de frutose na forma isolada (ou seja, quando ela está fora das frutas). A
frutose isolada tem mostrado ser um dos piores alimentos já desenvolvidos pela
indústria. Ela está presente nos sucos, bebidas, iogurtes, enfm, quase tudo que é
adoçado;
Consumo crônico de carboidratos, principalmente os processados (arroz branco,
farinha branca, açúcar, bebidas adoçadas);
Ficar longas horas em jejum (intervalos longos entre as refeições fazem aumen-
tar a produção de insulina);
Alterações hormonais naturais (por exemplo início da puberdade, gravidez, me-
nopausa);
Consumo de álcool (isso mesmo, o álcool causa resitência à insulina);
Uso de certos medicamentos (todos sabem que cortisona “engorda”. Na verdade
ela aumenta a resistência à insulina)
Sedentarismo (quanto menos nos exercitamos, mais resistência à insulina cria-
mos);
Alterações emocionais (sentimentos negativos como angústia, ansiedade, raiva,
ódio, inveja, medo, insegurança e apatia são capazes de alterar a secreção de
certos hormônios, que por sua vez causam resistência à insulina);
Alterações ambientais tais como diminuição de temperatura e luminosidade (al-
guém ai pensou na Holanda???).
Quando desenvolvemos resistência à insulina desenvolvemos também uma capacida-
de incrível de armazenar tudo o que comemos na forma de gordura. Na verdade é um
mecanismo de defesa e proteção do nosso organismo, afnal ele tem que se livrar ra-
pidamente do excesso de glicose que fca circulando pelo sangue. Nosso corpo passa
a manter pronto todo o aparato para a produção de gordura – aumento de organelas
específcas, prontidão de enzimas específcas, enfm, tudo o que é necessário para
transformar a glicose rapidamente.
A resistência à insulina tem que ser seriamente combatida, e não é só por questões
estéticas. Há uma lista grande de doenças sérias que estão diretamente relacionadas
com a resistência à insulina, tais como síndrome metabólica, diabetes tipo II, Alzhei-
mer (também conhecido como diabetes tipo III), obesidade, aumento de triglicérides
no sangue, aumento do colesterol ruim e diminuição do colesterol bom, infamações
do tecido conjuntivo, infamações nas paredes dos vasos sanguíneos, endometriose e
ovários micropolicísticos. Não é por acaso que a resistência à insulina é chamada de
“pré-diabetes”.
A melhor maneira de combater a resistência à insulina é pela adoção de hábitos sau-
dáveis. Fazer exercícios regularmente, alimentar-se daquilo que é natural e integral,
evitar alimentos processados (tudo o que passou por uma fábrica é processado), evitar
exageros e ocupar o corpo e a mente com idéias produtivas.
NU T R I Ç ÃO