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Raphael Curvo
Advogado pela PUC-RJ e pós-graduado pela Cândido Mendes-RJ

 

A trágica educação brasileira

Raphael Curvo

 

João Ubaldo Ribeiro, este fantástico ícone da cultura do Brasil, disse em um dos seus artigos, que a velhice não está na mente, mas nas juntas. Assim como para mim, a desgraça da educação do país não está na mente, mas no som das ferraduras daqueles que a administram e dirigem. O mínimo de inteligência, de avaliação crítica ante os resultados, de visão de base educacional como pré- requisito para a evolução de uma Nação, não permitiriam jogar gerações de jovens no fosso dos inválidos e perdidos. É visível que o Brasil já contabiliza a perda de gerações. São os números, por ironia, com que tanto se preocupa o governo em mostrar um ensino evoluído, que provam a ineficiência, temperada de uma maldade sem precedente com nossa juventude, da educação que hoje existe neste Brasil.

Não bastassem os resultados do Enem e de outros índices de avaliação educacional, inclusive internacionais que apontam o Brasil nas últimas posições, ainda temos que enfrentar esta aberração política que é o sistema de cotas. É o caminho mais inconseqüente e perverso que se pode praticar com o futuro dos jovens brasileiros. É condenar o Brasil e muitas gerações a permanência em estágio educacional de estagnação, retirando-lhes a possibilidade de crescimento para atingir altos padrões em desenvolvimento na área da educação e com isso poder sonhar com evolução no campo de alta tecnologia, de pesquisa e qualidade de vida. Esta, a qualidade de vida, não se resume, Presidente, em apertar parafusos de máquinas americanas. A ter um carro 1.0 na garagem e de poder comprar presente de papai Noel. Ela se resume em ter a Nação brasileira amplidão de conhecimentos e formação profissional de primeira linha para construir seu próprio caminho tecnológico, para atender suas próprias necessidades. Isto exige educação qualificada.

O mundo desenvolvido saca bilhões e bilhões de dólares para solução de um problema econômico e mesmo assim recebe um fluxo gigantesco de aplicações em seus títulos. Sabe o que é isso Presidente? É a educação. É ela que permite o estágio de confiança no poder daquela economia e na sua capacidade de recuperação. O Brasil mesmo tem bilhões de dólares aplicados em títulos do governo americano. Será que vai retirar de lá essa aplicação? 

O que esse sistema de cotas vai promover no Brasil é a ascensão de enorme contingente de jovens sem preparo suficiente para receber informações e produzir conhecimentos. Não serão eles os culpados por tal situação de despreparo, mas serão eles os condenados por essa ação de política perversa gerada nos corredores e acertos de compadres no Congresso Nacional. Escondem a incapacidade de melhorar a educação brasileira através destes atos “surrupiadores” de votos, pouco se importando com as conseqüências ao futuro do País. Como se não bastassem, as implicações atingem, em cheio, as poucas universidades que, mesmo sucateadas, teimam em evoluir e poder dar aos seus alunos algo decente em qualificação profissional.

É gritante, e até desesperador, ver que o ensino médio, fornecedor de alunos às universidades, encontra-se fora do eixo da evolução educacional no mundo moderno. É um ensino sem personificação. Não se sabe o que quer e a que veio. Não se encontra em situação diferente o ensino fundamental. Crianças estão na 4ª série e ainda não sabem ler e escrever e são milhares nestas condições pelo Brasil.

Apesar de escrever há muito sobre a questão do preparo dos professores, o cerne da questão na educação brasileira, mesmo assim me chocaram as colocações da pedagoga Eunice Durham nas páginas amarelas da Veja. Segundo ela, está no ensino aplicado pelas universidades no curso de Pedagogia, uma das fortes causas do problema educacional brasileiro. Cabe aqui uma reflexão. Quais razões levam os senhores reitores a não tomarem medidas corretivas a essa situação? Neste caso, penso, cabem aos estudantes de Pedagogia e a sociedade, ações no sentido de mudar o quadro instalado e fazer algo para salvar a trágica educação brasileira.

27/11/2008       

 

 

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